Rodrigo Balassiano, profissional reconhecido no mercado de capitais, aponta que o cálculo da rentabilidade líquida real em fundos estruturados vai muito além de simplesmente observar o retorno bruto divulgado nos relatórios. A rentabilidade líquida mostra o ganho efetivo após a dedução de custos e tributos, enquanto a rentabilidade real desconta também o impacto da inflação, permitindo avaliar o verdadeiro aumento do poder de compra do investidor. Esse processo se torna indispensável em um mercado cada vez mais competitivo, no qual a clareza na mensuração de resultados diferencia boas estratégias de aplicações arriscadas.

O conceito de rentabilidade líquida real
A rentabilidade líquida real é resultado da combinação entre o retorno bruto obtido pelo fundo, a dedução das taxas de administração e performance, os custos operacionais e a tributação incidente, corrigidos pela inflação do período. Nos fundos estruturados, esse cálculo ganha relevância adicional, já que a complexidade dos ativos pode elevar os custos e gerar volatilidade nos retornos. Para Rodrigo Balassiano, compreender essa métrica é fundamental para que o investidor saiba se sua aplicação está de fato entregando ganhos acima da inflação, e não apenas protegendo o capital contra a perda de valor.
Passos para calcular a rentabilidade líquida real
O processo pode ser estruturado em quatro etapas principais. A primeira consiste em identificar a rentabilidade bruta do fundo, que corresponde ao retorno total antes de qualquer desconto. Em seguida, são aplicados os descontos das taxas administrativas e de performance, além das despesas operacionais associadas à gestão. O terceiro passo é a aplicação da tributação, que nos fundos estruturados pode seguir diferentes regras, como a do Imposto de Renda regressivo ou recolhimento no resgate. Por fim, desconta-se a inflação, medida geralmente pelo IPCA, para encontrar a rentabilidade líquida real. Rodrigo Balassiano ressalta que esse processo permite que os investidores tenham uma visão clara e comparável do desempenho dos fundos.
O peso da inflação no resultado final
A inflação é determinante porque corrói o valor do retorno obtido. Se um fundo entrega 10% de rentabilidade bruta em um ano em que a inflação foi de 8%, a rentabilidade líquida real pode ser significativamente menor do que o esperado. Esse ajuste garante que o investidor não se iluda com números nominais, compreendendo o que realmente ganhou em termos de poder de compra. Essa análise é ainda mais importante em períodos de alta inflação, quando os ganhos aparentes podem mascarar a estagnação ou até perda do patrimônio em termos reais.
Transparência e governança como aliados
Outro aspecto crucial é a transparência. Relatórios detalhados, que discriminem custos, taxas e tributos de maneira acessível, são indispensáveis para que os cotistas calculem a rentabilidade líquida real com precisão. Rodrigo Balassiano observa que, quando gestores oferecem relatórios claros e auditáveis, aumentam a credibilidade do fundo e fortalecem a confiança do investidor. A governança, portanto, não se limita a atender a exigências regulatórias, mas funciona como diferencial competitivo no mercado.
A tecnologia a favor da análise
Nos últimos anos, ferramentas digitais têm contribuído para tornar o cálculo da rentabilidade líquida real mais rápido e acessível. Plataformas que integram dados de retorno, custos e indicadores de inflação possibilitam análises automáticas e comparações entre diferentes fundos estruturados. Esse avanço tecnológico reduz o risco de erros manuais e ajuda investidores a tomar decisões mais seguras e embasadas, reforçando a importância da digitalização também nesse segmento.
Considerações finais
Calcular a rentabilidade líquida real em fundos estruturados é um exercício de disciplina e atenção, que vai além dos números superficiais. O investidor que domina esse processo consegue avaliar de forma realista se os retornos obtidos superam a inflação e justificam os riscos assumidos. Rodrigo Balassiano conclui que a prática deve ser parte integrante da estratégia de qualquer investidor, pois só assim é possível construir uma carteira sólida, resiliente e alinhada a objetivos de longo prazo.
Autor: Dana Fowler